SOLIDÃO
Um frio enorme esta minha alma corta,
e eu me encolho em mim mesmo: - a solidão
anda lá fora, e o vento à minha porta
passa arrastando as folhas pelo chão...
Nesta noite de inverno fria e morta,
em meio ao neblinar da cerração,
... o silêncio, que o espírito conforta,
exaspera a minha alma de aflição...
As horas vão passando em abandono,
e entre os frios lençóis onde me deito
em vão tento conciliar o sono
A cama é fria... O quarto úmido e triste...
- Há uma noite de inverno no meu peito,
desde o instante cruel em que partiste...
J. G. de Araújo Jorge
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ResponderExcluirAprendi viver estes versos ainda jovem, lá pelos anos oitenta. Declamava-os de quando em vez, a uma e outra pretendida minha. Chorava sempre ao destacar a brisa, a partida, a solidão. Obrigado Carolina, por me ofertar tantos momentos de pura exclamação. O moço mineiro relembra e lhe agradece e as tantas mulheres bem amadas, elas certamente jamais esqueceram de tão doces palavras sussurradas ao vento e tão molhadas por tanto sereno e de tão precioso veneno, veneno que cria, que ama, que faz viver e vive...entre tantos desejos, os desejos teus.
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