”Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Jo 14.2-3”

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Reforma Psiquiátrica


Eu vi, senti, interagi

Nossa repórter passou alguns dias em hospitais psiquiátricos e na rede de serviços substitutivos e descreve os tratamentos propostos nos dias de hoje aos doentes mentais

Texto: Elisângela Orlando Fotos: Daniel de CerqueiraOpiniões ou sugestões sobre a matéria?Mande e-mail para: web@revistaviverbrasil.com.br

Uma tarefa mais difícil do que eu supunha estava por vir. Não me lembro mais de quando tudo começou, mas fiquei animada ao saber que meu editor aprovou a pauta que eu havia sugerido: a reformulação do modelo brasileiro de assistência em saúde mental. Uma discussão necessária, certamente, mas sempre complicada de se abordar. Para isso, decidimos fazer uma série com três reportagens a fim de tentar descobrir se, 30 anos depois, a reforma psiquiátrica havia, finalmente, engrenado no Brasil. Escolhemos a rede pública para fazer essa averiguação. O primeiro passo era visitar hospitais psiquiátricos e serviços substitutivos de Belo Horizonte e fazer um relato, a partir de minhas observações e da conversa com especialistas, pacientes e familiares sobre o atendimento prestado nesses locais.


Desde o início, sabia que estava mexendo em um vespeiro, pois há uma verdadeira guerra ideológica quando se discute este assunto. E no meio de tanta polêmica, tive minha primeira certeza: quem sai perdendo é o portador de sofrimento mental. Na segunda matéria da série sobre a reforma psiquiátrica no Brasil, contarei o que vi e ouvi de profissionais, usuários e fami­liares nas instituições de saúde em que estive. Gente de cores diferentes, credos diversos, mas com problemas reais. A maioria, pobres que, além da doença, sofrem com o preconceito e a falta de recursos financeiros.


A primeira constatação que fiz (sei que serei alvo de críticas de ambas as correntes depois de afirmar isso) após minha pesquisa de campo – se é que assim posso chamá-la – é que, hoje, as diferenças entre o atendimento prestado pelos Centros de Referência de Saúde Mental (Cersams) e pelos hospitais psiquiátricos são pequenas. Tudo bem. Sei que não sou psicóloga, nem psiquiatra ou assistente social. Também nunca trabalhei em locais semelhantes nem tenho parentes que utilizam esses serviços. Mas fiz meu trabalho de observação, conversei com várias pessoas e estou aqui para reportar os fatos.

O que mais me chamou a atenção nesses locais é que a infraestrutura, os tratamentos oferecidos, a forma como o paciente é tratado, as oficinas terapêuticas e a participação dos familiares no processo parecem muito semelhantes. Por mais que, em Belo Horizonte, defensores de um e de outro lado se engalfinhem e neguem tal similaridade, há que se ressaltar que quem se beneficia é o paciente, pois isso significa um salto considerável no que diz respeito à humanização do atendimento e também à inserção social e familiar do portador de transtorno mental. E mais: os rastros daquilo que um dia foi chamado de manicômio estão cada vez mais apagados, para o bem de todos.

Percebi que a luta hoje é antimanicomial em todos os sentidos, mesmo nos hospitais que, um dia, foram verdadeiras prisões para os chamados loucos. O que me intrigou foi perceber que, em Belo Horizonte, fal­ta mais integração entre os serviços da rede municipal e estadual, muitas ve­zes, por questões de ideologia. Na próxima reportagem da série, vou con­tar como em Barbacena as duas esferas de governo conseguiram se unir em benefício desses pacientes.

Mas para não ser apedrejada logo no início, vou tentar explicar o que me levou a estas conclusões. Lembro-me de que era manhã de uma sexta-feira quando fiz minha primeira visita. A ideia era passar o dia no hospital Gal­ba Velloso, região Oeste da capital, administrado pela Fundação Hos­pitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Estava um pouco ansiosa e confesso que, ao adentrar o pátio do hospital, senti um frio na barriga. Afinal, não é fácil lidar com o desconhecido e os transtornos da mente ainda são uma incógnita até mesmo para a medicina. Não nego, porém, que minha reação fosse, talvez, um resquício de como nossa sociedade ainda vê o doente mental: com medo.

Logo na entrada, vi alguns pacientes que andavam livremente de um lado para o outro em um jardim. O lugar é amplo, arborizado e possui alguns prédios. Em um e outro ponto, porém, funcionários ficavam à espreita, prontos para agir caso houvesse necessidade. Alguns internos, ao me verem, cumprimentavam-me educadamente, outros faziam caretas e houve um que começou a me seguir. Sei que aqueles olhares vagos e semblantes por vezes amedrontados me causavam um turbilhão de pensamentos e emoções. Minutos depois, estava diante do diretor do Galba Velloso, Daniel Freitas. O hospital atende todos que chegam, independentemente do local de onde vêm. Crianças são direcionadas ao Centro Psí­qui­co da Adolescência e Infância (Cepai). A equipe de enfermagem faz a triagem e depois encaminha a pessoa a um médico psiquiatra. Um gru­po fica encarregado de entrar em contato com a família e com o serviço que costuma atender esse paciente. Na ausência de familiares, alguém da Secretaria de Estado de Saúde é designado para fazer esse acompanhamento.

Para Daniel Freitas, a discussão quanto à extinção ou não do hospital psiquiátrico deve ser feita em termos de assistência ao usuário. “O Mi­nistério da Saúde calcula que Minas tem apenas 50% dos Centros de Aten­ção Psicossocial (Caps) necessários. Em Belo Horizonte, a estrutura é bem maior. Nesse momento, porém, não há como prescindir desse modelo.” As instalações do Galba tam­bém sofreram melhorias, mas não há como negar que, ainda assim, o ambiente é um pouco sombrio – talvez ainda seja reflexo do que já foi um dia. Andando pelos pavilhões, me deparei com uma jovem sentada em uma cama. Ao lado dela, uma senho­ra. Pu­xei assunto e logo descobri que a morena de 22 anos estava internada. A acompanhante era tia dela. As duas estavam se preparando para voltar para Curvelo, onde moram. Víti­ma de depressão pós-parto, depois de três dias de internação, preferiu voltar e ser atendida no Caps de sua cidade. “O atendimento aqui é bom, mas quero continuar com a médica que estava cuidando de mim”, disse ao se despedir.

Mais adiante, em um banco disposto em um dos corredores do Gal­ba, encontrei Agda ao lado de sua mãe, Zélia, de 72 anos. A filha me con­tou que, há 30 anos, a mãe já ha­via passado por ali após uma crise. Me­lhorou e ficou bem durante muito tem­po. Recentemente, Zélia teve um surto de agressividade e teve de retornar ao hospital. Ao se lembrar da primeira vez que a mãe esteve in­ternada ali, Agda disse que muita coisa mudou. “Hoje o atendimento é bom, humanizado e há mais seguran­ça”, afirmou, informando que ela e os cinco irmãos estavam se revezando para ficar ao lado de Zélia. De­pois dessa conversa, achei que há certo exage­ro quando se diz que o hospital psiqui­átrico segrega o paciente – fi­que claro que não estou defendendo a instituição, mas apenas fazendo con­siderações a partir do que ou­vi.

O segundo lugar que conheci foi o Cersam Noroeste, situado no bairro Padre Eustáquio. Fui recebida pela ge­rente da unidade, a psicóloga Rosa Maria Vasconcelos. O Cersam, na verdade, é um dispositivo da rede, coordenado pela Prefeitura de Belo Hori­zonte, que segue as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde para funcionar como um serviço substitutivo à lógica manicomial. O foco é atender casos de urgências e pacien­tes em crise. Muitos usuários, de acor­do com Rosa, são egressos de hospitais psiquiátricos e vários sofrem de alguma doença ligada ao gru­po das psicoses graves. Em 99% dos casos, há necessidade de prescrição de medicamentos e de avaliação. A equipe é formada por terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e psiquiatras.

“O Ministério da Saúde calcula que Minas tem apenas 50% dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) necessários. Em razão disso, não há como prescindir dos hospitais psiquiátricos ainda”Daniel Freitas
Ao chegar ao Cersam, o paciente passa por avaliação e, dependendo do caso, pode ficar na permanência-dia e a equipe verifica se há necessidade de acompanhante. Não há limite de dias em caso de internação. Rosa afirma que a grande diferença entre o Cersam e o hospital é que lá o doente tem participação mais ativa no tratamento, mais mobilidade, possuindo acesso a todas as áreas. Segundo ela, o contexto é diferente também porque o paciente lava suas próprias roupas e, em alguns casos, pode ser atendido em casa. Pude constatar que o que ela estava me contando era verdade.

“A doença mental é um recorte do horror, por isso há tanto preconceito. Se não tivermos postura constante de inquietação, também poderemos nos transformar em manicômios”Rosa Maria Vasconcelos
Realmente, não faz muito tempo, os hospitais psiquiátricos segregavam os internos. Hoje, entretanto, tendo em vista o que vi, parece não ser mais assim, pelo menos no Galba e no Raul Soares. Ainda há alguns traços de isolamento, mas é muito diferente do que acontecia nos hospícios antes do início da reforma. Por outro lado, o Cersam possui algumas características desses hospitais. Por isso, minha percepção é de que há semelhanças en­tre os dois serviços. Será que se houvesse uma integração maior, não seria possível melhorar toda a rede de atendimento à saúde mental da cidade?

Voltando à minha incursão ao Cersam Noroeste, também vi pacientes andando pelos corredores com liberdade. Um, inclusive, chegou a cismar que eu havia roubado seu estômago e disse que iria me matar. Não tive medo e, inclusive, comecei a falar sobre outros assuntos. Logo, eu e Geraldo estávamos numa conversa animada sobre chocolates e compras em supermercados. O impacto que eu havia tido no Galba Velloso havia passado e comecei a ver aquelas pessoas que estavam ali de outra maneira: elas eram como eu, apenas um pouco diferentes.
Rosa esteve ao meu lado durante todo o tempo da visita e pude perceber o quanto ela se preocupa com o bem-estar daquelas pessoas. Entre lágrimas, me disse que é preciso um exercício diário para sustentar a lógica antimanicomial, mesmo nos serviços substitutivos. “A doença mental é um recorte do horror, por isso há tanto preconceito. Temos que nos perguntar a todo tempo o que queremos para nossos usuários. Se não tivermos postura constante de inquietação, também poderemos nos transformar em manicômios.”

Além dos Cersams, a rede municipal conta com centros de convivência, que oferecem cursos de música, teatro, pintura, marcenaria, costura, além de passeios, idas ao cinema e festas. Nesses locais, os frequentadores também têm a oportunidade de gerar renda. Parte das produções é comercializada e o artista recebe porcentagem da venda. Criada e coordenada por usuários dos centros de convivência, a cooperativa Suricato – Associação de Trabalho e Produção Solidária – mantém quatro grupos de trabalho: mosaico, marcenaria, costura e culinária. Todas essas ações visam um único objetivo: permitir que essas pessoas tenham uma vida mais digna e integrada à sociedade e à família.
Dois dias após conhecer o Cersam Noroeste, fiz minha terceira visita: Instituto Raul Soares, no bairro Santa Efigênia. A estrutura, com vários prédios, impressiona. Há duas décadas, o lugar internava cinco mil pessoas por ano. Hoje, esse número baixou para 1,5 mil. Na oportunidade, o diretor geral do hospital, o psiquiatra Maurício Leão, ressaltou, porém, que a humanização do atendimento começou há 30 anos. “Hoje, o paciente sai daqui e é encaminhado aos serviços substitutivos”, assinalou, ao destacar que o tempo médio de internação na atualidade é de 19 dias. Entretanto, foi incisivo ao dizer que “não há sociedade no mundo hoje que possa prescindir do hospital psiquiátrico”. E asseverou que o movimento de desospitalização na medicina psiquiátrica está progredindo e que em Minas Gerais não é diferente.

Assim como o Galba Velloso e os Cersams, o Raul Soares também tem investido em atividades de recreação, oficinas terapêuticas e outras ações que buscam reintegrar o paciente à sociedade. Há, inclusive, curso de infor­mática que aten­de não apenas os usuários do hospital, mas também seus familiares, além de funcionários da instituição.
Durante o período que passei no Raul Soares, percebi que os pacientes têm horários mais regulados. Eles circulam pelos corredores, pelos pátios, mas homens de um lado e mulheres do outro. As instalações são boas e alguns setores ainda estão sen­do reformados. Fui a um grande jardim onde algumas mulheres estavam sentadas. Quando me viram, me chamaram. Queriam saber quem eu era e o que fazia ali. Sentei-me junto a elas e comecei a bater papo, como se faz numa roda de amigos.
Não passou muito tempo e elas começaram a me contar suas histórias. A mais falante – e torcedora fanática do Atlético – Sulamita, disse que estava ali para se curar da depen­dência química. “Tenho quatro filhos e eles precisam de mim”, falou. Pouco depois, uma jovem loira, de cabelos lisos e compridos se aproximou. Ta­ma­nha era sua beleza, que qualquer um poderia dizer que se tratava de alguma modelo. Não era. A garota de 28 anos, mãe de três filhos, enfrentava sua segunda internação por depressão pós-parto. Rimos, falamos de coisas triviais e, em nenhum momento, parecia haver qualquer diferença entre mim e elas. Éramos apenas garotas conversando sobre homens, maquiagem, novelas – enfim, coisas de mulher. Talvez, a única diferença eram os uniformes com a logomarca da Fhemig que elas vestiam e os embornais que algumas carregavam com seus poucos pertences. Despedimo-nos como se fôssemos conhecidas de longa data.
Qual o melhor modelo de atendimento? Talvez esta não seja a pergunta correta, mas o que todos nós – sociedade, governo (todas as esferas), ONGs, familiares e amigos – podemos fazer para que essas pessoas, seres humanos como quaisquer outros, que sofrem de uma doen­ça mental, tenham vida digna, tratamento adequado, laços sociais consolidados, oportunidades de trabalho e o direito a ser o que são: cidadãos. Nos casos mais graves, sabemos que nem tudo é possível, mas há sempre algo que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
Na próxima matéria, direi como funcionam as residências terapêuticas de BH, onde moram portadores de sofrimento mental que tinham sido abandonados em hospitais psiquiátricos. E, principalmente, tentarei narrar um pouco sobre aquela que já foi conhecida como a cidade dos loucos, Barbacena. Contarei depoimentos emocionantes de quem viveu o período mais macabro da antiga Colônia e que, hoje, tenta superar os horrores sofridos com doses de amor e dignidade.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

MAL DOS NEUROLÉPTICOS

Silvia Dieckmann

Professor, como saber os riscos beneficios dos neurolépticos hoje usados na psiquiatria descontroladamente, pois é um rémedio barato para o SUS e mais encontrado frequentemente nos Caps.
Hoje estão sendo usados para depressões, TOC, Sindrome de tOURRETTE, o que o senhores dizem disso:
Onde está os médicos e suas atualizações em farmacologia:
Onde está o bom senso do risco e benefici:
Em minha cidade uma simples depressão está sendo tratada não só com antidepressivos, mas com amplictil, haldol, e fenergam, esse é um procedimento correto???????????????????????????


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16. Re: Mal do neuroléptico Sábado, 24/07/2004, 13:12:39


Silvia, isso é uma barbaridade, o que você me conta Amplictil e haldol são neurolépticos inadequados para tratar depressão simples, fenergan é um anti-histamínico usado para tratar reações alérgicas e inflamatórias. Um médico que prescreve uma mistura dessas é um ignorante e um irresponsável, para dizer o minimo.
Você que está estudando medicina: farmacologia clinica é uma das matérias mais importantes a ser estudada, e a se manter sempre atualizado, pois é fundamental e muda muito, todo mês aparece uma novidade terapêutica. Infelizmente, a maior parte dos médicos brasileiros se atualiza através do representante farmacêutico. Uma pesquisa recente mostrou que 25% dos médicos brasileiros nem sequer conhece o principio ativo dos medicamentos comerciais que receita!!
Você diagnosticou corretamente o mal: ampla disponibilidade e baixo preço dos neurolépticos (de geração antiga). O Brasil deve ser um dos poucos paises do mundo onde ainda se usam antidepressivos e neurolépticos de primeira e segunda geração, como o amplictil (clorpromazina) e o haldol (haloperidol). Seus efeitos colaterais são devastadores. E os pacientes estão totalmente à mercê dos maus médicos.
Violações continuam
A situação atual não é nada quando comparada à crueza das últimas décadas do século passado, quando morreram, só no manicômio de Barbacena (MG), cerca de 60 mil pessoas, cujos cadáveres eram vendidos a faculdades de medicina de todo o país. Os abusos, maus-tratos e a omissão, muitas vezes fatais, atravessaram o tempo e ocorrem até hoje, adverte Renata Lira, advogada da ONG Justiça Global. A entidade relata cinco casos recentes de assassinato em clínicas psiquiátricas. Um deles é o de Ana Carolina Cordovil Heiderich Silva, vítima de transtorno de comportamento, que morreu em dezembro de 2006, aos 18 anos, dentro da Clínica de Repouso Santa Isabel, em Cachoeiro do Itapemirim (ES).
A mãe da garota, Nercinda Clareminda Heiderich, afirma que viu Ana Carolina pela última vez no dia da internação, em 26 de outubro de 2006. Na entrevista inicial, informou ao médico que ela era alérgica a haldol, medicamento muito utilizado por pacientes com transtornos mentais. Depois disso, tentou inúmeras vezes visitar a filha, mas sempre era aconselhada a não fazê-lo, “para não atrapalhar o andamento do tratamento”.
“Eu ligava cerca de três a quatro vezes por dia e só recebia boas notícias. Diziam que ela estava bem, mas que pacientes não podiam falar pelo telefone”, lembra. Nove dias depois da internação, Nercinda exigiu, gritando, a visita. Foi quando soube que Ana estava morta. “Consegui o prontuário e vi que o médico não só prescreveu haldol, como em doses altíssimas e injetadas”, conta. A Justiça Global vai assumir o caso para exigir providências. “Quase sempre as denúncias que recebemos são contra clínicas privadas que têm leitos do SUS, como essa Santa Isabel”, diz Renata. (RM)